Computador com os simbolos de acessibilidade, simbolo que representa o deficiente visual
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Acessibilidade na web
Por uma web sem barreiras!

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Por uma web sem barreiras


Esta chegando o dia do deficiente visual, dia 13 de dezembro, e pensando em um assunto que deve sim, ser mais discutido, resolvi escrever sobre o assunto: Acessibilidade na web.

Quando pensei nesse tema, tive a ideia de falar direto na fonte, com amigos que são deficientes visuais e entender como é o seu dia a dia sendo usuário da web.

Conversei então com o professor Danilo Beltrão, professor de informática na Associação de Deficientes Visuais na cidade de Suzano. Danilo é deficiente visual, congênita, com baixa visão, cerca de 5% de visão apenas, em seu nascimento foi descoberto esse problema de retinose pigmentar. Ele trabalha para a inclusão social, afinal, deficientes visuais são sim, usuários, consumidores, e merecem ter o acesso na web como qualquer usuário.

No dia 03 de dezembro de 2016, realizei esta entrevista e conversei também, com os alunos Cristiano Brienzo e Linda Margarethe, e os mesmos puderam me contar um pouco sobre seu dia a dia nas navegações de web.

Foto dos alunos do curso de informática para deficientes visuais

Um dos pontos destacados nesta entrevista foi à questão da descrição das imagens, os famosos “alt” para os desenvolvedores.

Pude presenciar ao vivo, eles utilizarem o leitor de telas, que liam as imagens. A maioria dos sites visualizados neste dia, não tinham os “alts”, e o leitor de tela definia apenas como: Gráfico. Dessa forma o deficiente visual, conseguia saber que naquele local do site tinha uma imagem, porém, não sabia definir o que era. Foram poucos os sites que encontramos que tinham “alts” nas imagens e que tinham exatamente uma descrição concisa e objetiva do que descrevia a imagem.

Outra situação encontrada foi à questão de se perder nos assuntos tratados nos sites. Pois, alguns websites não tinham uma boa estrutura de cabeçalho.

O exemplo disso para os desenvolvedores são os “headings”, os h1, h2, h3, e assim por diante. Por exemplo, um site de notícia, com uma boa estrutura, onde os títulos das noticias são definidas por h2, nesse caso, o deficiente visual conseguirá acessar os títulos de interesse e navegar pelo assunto que deseja, através das teclas de atalho H + 2.

Acessibilidade na web é um assunto que as pessoas não falam muito e são coisas realmente simples de fazer. Pensar na estrutura que o site terá, antes de começar a desenvolver, e já ter definido os “alts”, os “titles” e a estrutura de cabeçalho que o projeto terá, ajudam muito para que possamos ter uma web sem barreiras.

Como desenvolvedora web há 5 anos trabalhando com isso, sei que o dia a dia de um DEV é corrido, porém, para trabalhar com a acessibilidade na web , não é necessário tantos esforços, como muitos DEVS pensam.

No inicio da minha carreira, foram poucas às vezes que escutei alguém falar sobre acessibilidade na web, a primeira vez que ouvi falar sobre esse tema, foi no dia 07 de março de 2013, numa palestra do SENAC com Reinaldo Ferraz, se quiserem saber mais como foi essa palestra, acessem: https://goo.gl/jIK2qa.

Até hoje, eu não me lembro de ter escutado falar de outro palestrante que falasse desse mesmo tema. Então, por isso, acredito que seja muito importante ser discutido esse assunto, com o intuito de conscientizar a todos, além dos desenvolvedores, pois são pequenos os esforços a direcionarmos para trabalhar na inclusão social.

Se pararmos por alguns segundos e pensar, ou criar essa consciência, a partir dai, vira automático, e mesmo que a empresa não tenha um profissional de marketing ou de SEO, que entregue um texto com “alt” e “title” definidos, com essa consciência, você irá se habituar a descrever uma imagem com precisão e clareza, e levará menos de 1 minuto para trabalhar por uma web sem barreiras.

Outro ponto a se pensar, é que quando se cria um site acessível, ao mesmo tempo você está desenvolvendo um site com um bom SEO, e dessa forma, o Google indexará seu website e terá boas chances de conseguir uma posição favorável na lista de resultados. É como o ditado popular: “matar dois coelhos em uma cajadada só”, e o melhor: você estará contribuindo para uma web sem barreiras.

Contudo, acredito que Acessibilidade na web tem que ser um quesito obrigatório e não ser considerado como um diferencial para as páginas na web.

Uma pergunta que devemos fazer: O nosso site é para a máquina ou para o ser humano?

Por mais que já sabemos a resposta, estamos fadados a desenvolver websites pensando apenas como o robô do Google vai ler o nosso site, e não como uma pessoa irá ler. Felizmente o Google mudou muito durante esses anos, e hoje, um dos quesitos mais importantes que o Google leva em conta é a linguagem semântica, o que muda a forma como devemos se preocupar em desenvolver nossos projetos.

Vamos criar uma web sem barreiras!!!!

Foto de Danilo, Thabata e Cristiano

Foto da esquerda para a direita: Danilo Beltrão, Thabata Marchi e Cristiano Brienzo.